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Igatu, coração da Chapada Diamentina

Atualizado: 23 de abr. de 2020

No alto da Serra, no coração da Bahía, existe uma pequena vila com casas construidas em tocas de pedras, pessoas que se encontram na praça para conversar sem pressa e ruínas que contam histórias de garimpeiros e garimpos.

HISTÓRIA

Na vila de Igatu, a vida corre num outro ritmo. Um lugar perfeito para passar ótimos dias numa tranquilidade bem tranquila à beira do rio. Percorrendo trilhas, desbravando cachoeiras e aventurando se por antigos garimpos. A pequena vila está localizada no sul da Chapada Diamantina e faz parte do Municipio de Andaraí.



Atualmente Igatu conta com cerca de 400 moradores. Porém, durante o século 19, no auge da exploração do diamante, a região chegou a ter cerca de 9 mil habitantes, sendo a maior cidade da Chapada Diamantina. O diamante acabou e no início do século 20 a cidade passou por um período muito difícil. Antigos moradores contam que nesta época, não se encontrava nada além de xique-xique (um cacto da região) e candango para comer.

Na década de 80 grande parte da Chapada Diamantina virou Parque Nacional e o garimpo foi proibido na região de Igatu. A Vila foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia e pelo Instituto do Patrimônio Histórico-Artístico Nacional. E o turismo, ainda incipiente se comparado com a cidade vizinha de Lençois, vai se firmando como a principal atividade para os moradores do pequeno vilarejo.

Rios e Cachoeiras

Ao redor da cidade existem vários opções para refrescar se nas horas quentes do dia. Durante o último mês de janeiro o meu lugar preferido para um mergulho rápido foi o Poço da Madalena. Localizado no Rio Coisa Boa, o Poço da Madalena está distante cerca de 15 minutos da praça. É grande o suficiente para uma boa prática de natação.



Caminhando um pouco mais, subindo o Rio dos Pombos, outra ótima pedida é as Cadeirinhas ou Cachoeira dos Pombos. Um bom lugar para banhar se, principalmente para as crianças, pois nao é muito fundo, e as pedras formam confortáveis poltronas bem embaixo das quedas d`agua. Puro desfrute.

Para caminhadores mais animados, a cachoeira do Califórnia é um passeio imperdível. A queda d`agua fica dentro de um canyon e cai forte e refrescante. São cerca de 40 minutos percorrendo o caminho de pedra que leva a Andaraí. O Califórnia foi um dos principias garimpos de ouro de Igatu, e por todo o caminho observa se ruínas de casas de pedras e canais de àgua para lavagem do cascalho.

Seguindo por uma trilha que liga Igatu a cidade vizinha de Mucugê, também existe outra linda cachoeira, com dois níveis de queda, a conhecida Cachoeira do Taramba, para os locais, ou Cachoeira do Vitorino, como aparece no mapa da região. A caminhada dura menos de uma hora.

Um pouco mais distante de Igatu - , aí é preciso pegar o carro e ir sentido Mucugê, por cerca de 3km -, encontramos a Cachoeira das Três Barras, dos Cristais e a Cachoeira da Fenda. Passeio para um dia cheio. São cerca de 2 horas de caminhada (somente ida) até as Três Barras, com cerca de 40m de queda d´água, e mais uma hora até as cachoeiras dos Cristais, com 60m de queda e a da Fenda com 30m. Difícil é saber qual é a mais bonita. O passeio é recomendado para quem esté em boa forma.



A Cachoeira do Rosinha e da Favela estão localizadas no rio Piabas. São duas horas de caminhada até atingir o leito do rio. Aquí vale à pena ir cedo para passar o dia aproveitando os excelentes poços para banho de rio as lages de pedras para banhos de sol. Durante todo o curso do rio as formações rochosas são impresionantes.

Trekking

Para os aventureiros que visitam Igatu, conhecer a Rampa do Caim é roteiro obrigatório. O lugar foi moradia de um antigo garimpeiro e de lá é possível ver o encontro do vale do Rio Paty com o canyon do Rio Paraguaçú. A caminhada é longa, cerca de 3 horas, mas o visual compensa. Do alto da Rampa do Caim é possível avistar o Morro do Castelo, importante atração natural localizado no alto do Vale do Paty.

Se o trekking até a Rampa do Caim não for aventura suficiente, ainda é possível baixar caminhando até o rio Paraguaçú, a partir dele entrar no rio Paty e seguir até chegar ao Vale do Paty. A caminhada é mais dura, pois segue grande parte por dentro do rio Paty, pulando pedras o tempo todo. É indicada somente para quem já tem experiência com este tipo de terreno de caminhada. São três dias até chegar ao Vale do Paty, dormindo em tocas na beira do rio, por um lugar pouco visitado devido a dificuldade do trajeto.



Existem outras opções para chegar ao Vale do Paty. Partindo de Andaraí, por exemplo, são 18km que podem ser percorridos em um único dia através da Ladeira do Império. Mas o caminho pelo rio Paty é o único onde você não vai encontrar viva alma durante o trajeto e se sentir realmente em um lugar inexplorado e selvagem.



Escalada em Rocha

A vila de Igatu está cercada de setores de escalada, lindas formações rocosas por todos os lados. Qualquer escalador fica com vontade de sair subindo pelas paredes. São mais de 100 vias de escalada distribuídas em 8 setores, além de centenas de boulders por todos os lados.



Caminhando não mais que 20 minutos se tem acesso a dois setores de escalada esportiva, o Labirinto e o Verruga. O Labirinto é com certeza o setor mais frequentado, com cerca de 50 vias do quarto ao oitavo grau, em média com 15 a 20 metros de extensão.

Se a idéia for escalar do lado do rio, ou de uma cachoeira, não tem problema. Tem setor de escalada na Cachoeira do Rosinha e na Cachoeira do Califórnia. Na minha opinião uma ótima combinação para os dias quentes na Chapada Diamantina.

Igatu também tem recebido uma grande quantidade de boulderistas. O que não é de se espantar, já que blocos de rocha se vê aos montes por todo os arredores da cidade. A combinação de escalada e banho de rio é também muito praticada entre os boulderistas, já que alguns dos setores de boulders mais frequentados estão próximos a cachoeira do Rosinha, do Califórnia e do Rio Laranjeiras.


Os piscoblocs também estao espalhados ao longo do rio Piabas próximos a cachoeira do Rosinha, e na Cachoeira Donana no rio Paraguaçú. As posibilidades são muitas, pois pedra e àgua não faltam em Igatu. Importante sempre checar o fundo antes de começar a escalar, já que a água é escura e sem nenhuma visibilidade.


SERVIÇOS

A vila de Igatu possui apenas algumas pousadas, as quais ficam lotadas nos meses de julho e janeiro, sendo necessário fazer reserva antecipada. O comércio é praticamente inexistente, com exceção de um pequena mercearia. Os moradores vão nos dias de feira para as cidades vizinhas de Andaraì e Mucugê para abastecerem. Bancos, hospitais e outros servicos também somente estão disponíveis nestas duas cidades vizinhas. Andaraí está a cerca de 12km e Mucugê 21km.

Hospedagem Flor de Açucena.

Pousada e Camping

tel: 0055. 75.3335.7003

Localizada na entrada da cidade, é toda construída em harmonia com a natureza, por si só é uma atração em Igatu. Possui excelente área de camping com cozinha coletiva. Vale a visita.

Pousada da Vila

Localizada na praça de Igatu, possui um lindo jardim e piscina no fundo. É pequena, com apenas três suites e um atendimento pessoal e carinhoso, melhor que hotel cinco estrelas.

pousadadavila@ymail.com.br 075-36538913


Pousada Pedras de Igatu

É uma das mais antigas pousadas da cidade, muito requisitada nos meses de temporada. Tem 14 suites, piscina natural, bar e um lindo jardim.

e-mail: igatu3@terra.com.br Telefones: ( 75 ) 3335 7020 - ( 75 ) 9999 2821

Café da Vila

Anexo a Pousada da Vila oferece uma deliciosa pizza feita com tapioca que atrai turistas das cidades vizinhas.

Restaurante Maria Dusà

Localizada na praça da cidade, oferece comida típica e caseira. Prove a banana da terra, a palma e a salada de batata da serra.

Restaurante Água Boa

Comida caseira e um excelente lugar para tomar uma suco natural de frutas da região, como o umbu e a mangaba.

Agências

Igatu Escalada e Trekking

contato@igatuescalada.com

+55 (75) 8148 5070

Guia de Trekking

O guia local Chiquinho, é uma das figuras mais conhecidas da cidade. Facilmente encontrado em seu bar, localizado na praça da cidade, durante a noite. Nos meses de temporada passa os dias guiando os turistas e contando histórias do lugar. É uma excelente fonte de informação sobre o época do garimpo em Igatu.


*matéria originalmente publicada no site www.webventure.com.br em março de 2013




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